Durante a Especialização em Arte/Educação Intermidiática pela EMAC/UFG, o arteducador e filósofo Fernando Azevedo, professor na Universidade Federal do Pernambuco, fez um depoimento acerca da arteducação. É possível ver o Depoimento clicando no link abaixo.
Quando Fernando diz na segunda folha do depoimento que: “(…)por meio de uma imagem, uma imagem artística”, quer dizer que nem toda imagem é artística?
Escolinha de arte, o termo no diminutivo não implica uma conotação de menos importância? Por que no diminutivo?
Ana Mae diz na segunda página do texto “Arte, Educação e Cultura”, que “A arte, como uma linguagem presentacional dos sentidos, transmite significados que não podem ser transmitidos através de nenhum outro tipo de linguagem, tais como as linguagens discursivas e científica.” Discurso e ciência não podem ser arte? Não possuem apelo estético? Se a pergunta é “quando é arte?”, para os cientistas afetados por suas produções, ciência não é arte?
No mesmo texto Ana Mae escreve na página 4 “Este desenvolvimento só acontece quando uma produção artística de alta qualidade é associada a uma alto grau de entendimento desta produção pelo público.“, pergunto: o que é uma produção artística de alta qualidade, e quem julga esta qualidade?
Na última página do texto “Arte Educação no Brasil: do modernismo ao pós-modernismo” Ana Mae escreve que os PCNs brasileiros alteraram a nomenclatura das três ações que compõe a abordagem triangular de:
- Fazer Artes (Produção) por Produção
- Leitura da Obra de Arte por Apreciação
- Contextualização por Reflexão
Pergunta: essa mudança de nomenclatura muda o sentido e a utilização da abordagem triangular?
Fernando disse que vivemos em um momento “inter”, somos atravessados no cotidiano digital e não digital por multifacetadas informações, que se conectam umas as outras.
Nossa intervenções pedagógicas não devem estar separadas do contexto em que vivemos, será que o contexto das crianças do DEI engloba o mundo digital?
- Fernando diz que vivemos em um momento “inter”, estamos conectados por informações que perpassam o ambiente digital, e não-digital.
- A primeira dúvida que me assuntou foi o quanto as informações digitais estavam atravessando o contexto das crianças de 3 a 4 anos.
- Revelava-se aí minha ingenuidade, que ficou clara na minha primeira ação pedagógica, que se motivou no sentido de identificar o contexto digital das crianças por meio dos diálogos e da experiência.
- Me surpreendi com quantos nomes surgiram, e principalmente com a euforia das crianças em querer falar sobre.
- Foi importante para que eu começasse a me atentar mais ativamente para as questões de condutas em relação ao gênero na educação infantil. Fernando fala sobre os princípios dos círculos de cultura, e o segundo diz respeito a questão de estarmos inseridos em uma cultura para tentar compreendê-la de dentro para fora. Foi um pouco disso que busquei na ação, me inteirar do contexto cultural digital das crianças.
Tais resultados demonstraram, inicialmente, que meninos e meninas do agrupamento Tatu-Bolinha se sentiram mais atraídos pelo jogo de vestir a personagem Bratz não se importando com o conteúdo do jogo e sequer demonstrando algum entendimento de que aquele era descrito apenas para “meninas”.
Analisando este laboratório percebo que este pensamento dissociado entre conteúdos de acordo com gênero não está totalmente absorvido pelas crianças, mas que vem sendo exposto a elas. O fato de que apenas meninos citaram super heróis na roda de conversa indica que mesmo imperceptível essa dicotomia está sendo oferecida às crianças desde cedo.